117º Passeio Pedestre Fevereiro 2011

Serpenteando por A-dosNegros



A partir do Grupo Recreativo, descemos ao centro hisórico, na fonte,
coreto e Capela do Santíssimo Sacramento e pelos Matos Barros
vamos à Fonte Santa e à Igreja S.Mª Madalena. Vamos depois pelo
Carreiro do Padre, pelo Vale Verde até aos Casais do Cabeço.
Descemos à Fidalga, subimos ao Casal do Silval, depois descemos
aos Casais Vale da Serra, passamos na ETAR, pela Valada vamos à
Fonte da Formiga, passamos junto da albufeira, vamos à Fonte do
Ulmeiro e subimos pelas escadas e ruelas, de volta ao centro de
A-dos-Negros.

A-DOS-NEGROS

Povoação antiga, é referido por Pinho Leal que deverá o seu nome a Cecílio Negro, capitão lusitano, nos tempos do Império Romano.
Situa-se alcandorada num cabeço de arenito, junto ao vale onde passava a via romana que ligava as cidades de Eburobrittium, junto à actual Óbidos, a Scalabis (Santarém) e a Emerita Augusta (Mérida) a capital da Lusitânia romana.
Submersa pelas águas da albufeira da recente barragem, permanece a ponte romana que atravessava o Rio Arnóia e que era conhecida pela Ponte dos Ingleses, por estes terem procedido à sua reparação quando das invasões francesas.
O casario mais antigo concentra-se sobre os blocos de arenito (piçarra), constituindo situação muito característica, com as ruas irregulares a sofrerem afundamento pela erosão dessa rocha macia.
A arquitectura é a típica da região de Óbidos, com as pedras de calcário bem cortado das cantarias das portas e das janelas como elemento preponderante nas fachadas das casas de um e dois pisos.

IGREJA DE
STA. MARIA MADALENA

A igreja matriz dedicada a Santa Maria Madalena está construída num alto, afastada do centro histórico da povoação.
Ocupará o lugar de uma antiga ermida, construída debaixo de um grande sobreiro, dentro de cujo tronco um pastor teria encontrado a imagem de Maria Madalena.
Mais tarde teria então sido construída a grande igreja, templo de uma só nave, tecto de madeira de três planos, capela mor abobadada e torre sineira, em em cujo interior guarda peças do século XVI: uma imagem de pedra de S. Sebastião, a pia batismal e uma pia de água benta manuelina, profusamente decorada.
Possui ainda uma escultura de madeira policromada de N. Sra. do Rosário, do fim do século XVII.


CAPELA DO
SANTÍSSIMO SACRAMENTO

A capela situa-se no coração do centro histórico e pertencia à Quinta Velha.
Doada à população pelos proprietários da quinta, dela cuida a Irmandade do Santíssimo Sacramento.
Possui uma pia de água benta do século XVI, proveniente do Convento de S. Miguel da Gaeiras.


FONTES
Estando implantada no alto da colina, a povoação dependia muito das fontes que aqui são numerosas, beneficiando das condições geológicas.
A região é composta por sucessivas camadas de arenitos e argilas e os arenitos (localmente conhecidos por piçarra) funcionam como reservatórios de água – como se fossem esponjas – e a água brota suavemente e filtrada nos locais baixos onde afloram as camadas de arenito.
Junto à povoação ou nas suas imediações encontram-se a Fonte do Ulmeiro, a Fonte da Formiga, a Fonte Santa, entre outras, onde a povoação obtinha o precioso líquido, provavelmente mais puro do que no Rio Arnóia, que corria no fundo do vale.


FLORESTA
A orografia muito acidentada – toda a região, que se situa nas margens do Vale Tifónico da Caldas da Rainha, é constituída por um antigo planalto onde as águas foram cavando vales muito profundos, no sentido este- oeste – proporciona as condições ideais para o desenvolvimento da mata mediterrânica e aqui subsistiram alguns núcleos, como a Fidalga e a Mata Rica - esta já referida em documentos desde a época medieval e cuja importância para a economia regional era levada muito a sério, pela definição de regras de proteção, sob a vigilância do Monteiro-mor.


Organização: GRUPO DE CAMINHEIROS DOS PIMPÕES e
CASA da CULTURA José Bento da Silva (S. Martinho do Porto)
Colaboração da Junta de freguesia de A-dos-Negros